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sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Na 84


Ao entrar no 302, rumo a praça universitária comecei a ouvir coisas boas, sorrir na janela e sentir o pouco vento que resiste em goiânia. Nem o ácido sulfídrico despejado no meia-ponte pela unilever foi eficiente para desmanchar o contentamento que carregava.
Cruzamos o negrão de lima, vila nova, praça universitária: o que foi? Perdi a vontade de descer. Já havia experimentado essa extensão no transporte urbano goianiense por outras razões, nunca por uma comoção com a cidade, com as flores de ipês enfeitando calçadas, cabelos de moças. A grama do marista verde, ignorando o desértico setembro ( na madrugada homens e suas mangueiras dão esse aspecto vivo para o jardim urbano).
Senti arrepios ao ver um novo bar, remetendo a estação de metrô do bairro da Liberdade. Vi alunos da Universo, fiquei engarrafado na rua 87 e finalmente desci. Deliciosamente Mama Cass e sua
"make your own kind of music" embalava os caminhos da rua 84, então tropecei no vinicios de 2002. Alí, alheios a confusão da volta dos trabalhadores que se acotovelam na praça cívica e nos pontos de embarque, dois rapazes estavam na porta de um prédio, pouco mais de 16 anos tinham, uniforme de Educação Física e os dedos mínimos entrelaçados, explicitando aquele desejo/amor. Então sorri demoradamente. Como duas pessoas que nem conheço puderam desaluviar minha cabeça? Senti até mais úmidade no ar, leveza, beleza e poesia.


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