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sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

O bate papo


"RAFAELgatobi fala para Todos: algum brow discretaço q nunca foi em lugar gay macho e de boa pra troca uma ideia aew e ver no q rola?"

Eu poderia fazer a linha "estou pesquisando... curiosidade antropológica". Enfim, mas não tenho medo de assumir que eventualmente entro no bate papo. Que existe, dentro de mim, a pequena e solitária crença em acreditar ser possível encontrar um perdido como eu, vagando pelo ciberespaço.

De maneira geral, são conversas desastrosas e eu fico irritado. O começo é sempre doloroso, via de regra  o diálogo começa na célebre pergunta " vc é a ou p" e termina com o inquérito sobre a genitália, espessura, diâmetro, cumprimento.

Quando a conversa não vai por esse caminho (caminho esse que sempre interdito), pode até ser razoável, mas quase sempre implica em uma virtualidade irritante. Um medo do "face a face". É mais tranquilo colocar os dedos em ação, do que dispor de coragem, assuntos variados e principalmente lidar com a frustração.

Frustração das mais distintas ordens: não corresponde fisicamente, o papo é ruim, o beijo não decolou.

E porquê ainda entro?

Não sei agora... É essa solidão, ou o que ouvi sobre globalização "esse estar junto na distância". Ainda sim, aos trancos e barrancos, há uma sensação de pertença, um traço de humanidade. Sociabilidade às avessas, mas sociabilidade.

Lembro do tcc de um aluno, sobre o filme Apaixonado Thomas. O cara não saía de casa há 8 anos, por sofrer agorafobia.  E eu sei que posso ser tudo, menos agorafóbico. Mas ao mesmo tempo, não posso me permitir ter medo do "só". É algo que devo lidar... Principalmente agora!

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

A conferência

Lygia Pape, 1968.

Ontem fizemos uma reunião virtual. Precisávamos resolver uma parte de nossas férias, e isso incluiu arriscar a compra de uma passagem de são paulo até floripa; com o risco de não chegarmos em tempo, por um possível atraso no vôo de goiânia até congonhas.

Até ai, tudo normal.

Mas a conversa, entre o desespero em falar com a atendente de telemarketing e os links do youtube, descambou para uma sensação de conforto, carinho, bem-estar. Principalmente quando um dos creyços se ausenta da capital, pra ir curar a fossa em um poço de água quente. Caminho inverso, hein? Era sempre a capital a promessa da felicidade, o eldorado daquele adolescente sardento e cheio de espinhas.

Obrigada meninas!

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Pela beleza do gesto


Há tempos eu tinha um arquivo de filme no computador. Eu o ignorava, apesar de imaginar que seria bom. E ele não estava escondido, em alguma pasta secreta. Repousava bem ali, no desktop.

Pois bem! Havia baixado um filme peruano que as críticas muito me intrigaram, entretanto o áudio estava péssimo e eu naquela intimidade pronto para incorporar-me a uma narrativa lenta, sofrida, despedaçada.

Lembrei de "as canções de amor", que há muito me aguardava, solitário...

E eu me apaixonei! O problema é este, não paro de ouvir a trilha sonora. Inclusive fui flagrado por meus amigos, encostado em uma parede, levemente embriagado sonhando com alguma paixão casual... ou dessas que dure. rs!


Sim, eu já amei
Pela beleza do gesto.
Mas a maçã era dura,
e quebrei os dentes.
Essas paixões imaturas,
esses amores indigestos
Deixaram-me mal disposto algumas vezes.

As Tu Déjà Aimé?

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

O desequilíbrio

Fernanda Magalhães - Gorda 13, série “A Representação da Mulher Gorda Nua na Fotografia”,1995
Tropeçar nas próprias pernas é algo corriqueiro. Romper o limite ou a tentativa de normalidade é mais que um desafio, é um estado de concentração onde ignoramos os estímulos externos, domamos as frustrações e aceitamos a efemeridade das relações, a cor turva das interações e a constatação de que as coisas que ando lendo por ai estão mais próximas de mim do que eu queria.

E isso porque? Dificuldade de abstração? Mergulho ao egoísmo? Ansiedade...

Isso, ansiedade, não loucura. Loucura, não pelo medo do rótulo, ou pelas possíveis medicalizações. É por não entender o peso que ela traz. Acho que é mais insatisfação. E isso somos todos: eternamente insatisfeitos.

E pra relembrar (ou amenizar a ansiedade), deixo a imagem de algo que devo me ocupar pelos próximos 14 meses.

domingo, 19 de dezembro de 2010

O garoto da camiseta verde


Tanta confusão por nada. Ou por haver tensões a resolver. Conflitos para dirimir.

Não entendi pouco mais de 0,25% das coisas que fiz. E fiz.
E acordar lidando com isso, com o gosto que ficou, a memória reforçada pelas imagens. A carta de 2004, que ainda não foi entregue, mas está lá silenciosa, pronta para me denunciar, trair, ferir.

E eu, ingênuo, permito. Ou peço, clamo, conquisto.