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terça-feira, 30 de setembro de 2008

Belém


Se vontades andaram me assaltando nos últimos dias, creio que se dissipou, ou não. Explique, explico. Não quero ir para Belém, aliás isso é uma vontade, vontade de não ir. Ficar aqui em goiânia, organizar o armário, ver vídeos, concluir crime e castigo, as avós...mas quero ir, aliás, o pior é que sei que vou. Como o Dorivan disse, sou patológico, quando vejo já embarquei e deixei tudo para trás.

E confesso, saudade do Pará, do tacacá, maniçoba, tecno-brega, açaí de verdade. Caminhar pelas docas na tarde que caí, fitar a imensa baia de Guajará.

Acho que vou. Combinemos assim, pensarei sobre isto depois, agora me deixe aqui na quentura do café e a voz rouca do mp3.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Sertão


O seminário ocorreu de forma tranquila, intensa e poética. Discussões calorosas, pessoas edificantes e múltiplos olhares. Trabalhar na companhia de amigos é uma experiência particular, interessante.

Terminou com gosto de saudades, promessas e muitos desejos de continuar.
Sábado, em particular, foi um dia interessante. Companhia agradável em um almoço atrasado e ficar preso no ônibus esperando a chuva acabar.Enfim, chove no sertão.

Para não dizer que tudo foi perfeito, conheci uma pessoa detestável. Aliás, dispensável, mas que possibilitará grandes risadas ao relembrar suas encenações.
Música boa, que tantas vezes nos exaltamos no teatro. Fizemos coro, levantamos a mão e nos emocionamos junto com Eugênia.

Parece
(João Caetano)
Parece alegria que ouço na minha voz
Parece que essa chegou pra ficar
Parece mentira ninguém é mais feliz que eu
Parece tão bom, tão bom, você gasta de mim

Parece verdade o amor amadureceu
Parece que é vinho só fez melhorar
Parece que a vida agora é só você e eu
Parece tão bom, tão bom, você gosta de mim

Olha o meu peito ainda é sua casa
Merece reparos pra você voltar
Pois tudo estava tão abandonado
O teto e o piso empenados
Paredes quebradas sem cor
Mas olha o meu peito ainda é sua casa
Com o tempo faremos um novo lugar
Talvez ele não seja nada do que era antes
Parece daqui em diante
A casa tem dono outra vez
Você esta comigo de vez

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Escola


Nunca gostei de mexer com cola no colégio. Minhas mãos ficavam sujas, a superfície desigual, enfim: uma tragédia.

De um tempo pra cá ando gostando muito de colla..oops cola.. Espero que cole, aperte, abrace, como os desenhos famigerados da infância.

Que o caderno fique menos áspero, mais uniforme. Ou não. Que tudo seja como for.
Fragmento de uma música em homenagem a cola.
Validuaté:


..."Que cola tudo o chão rachado do sertão
Os cinco dedos da mão as bolhinhas da água em ebulição
Esse negócio de desconstrução nunca foi uma boa não
Super bonder é um multirão pela epopéia do unitário
Para que tudo vire um num belo gozo sanitário
Volte a terra pra pangéia nesse ritual otário
Feito um santo salafrário para o parafuso solto
Super bonder para a desunião mundial
Super bonder para os cacos de amor
Super bonder para o big- bang pós-modernidade
Super bonder ah! houve um lindo casamento
O casal não tinha alianças
E o padre então passou super bonder nos dois
Os dois à milanesa no super bonder
Os dois num rocambole de super bonder
Os dois num banho-maria de super bonder
Ah! e os convidados os convidados não tinham arroz
E xiringavam super bonder no casal apaixonado"...

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Cavalo de fogo


Lembrei da princesa Sarah, da rainha malvada, do cavalo com voz de galã e de excelente estirpe.
Meu amigo Luiz sempre foi fã de cavalos, mas o que ele queria mesmo ser era uma amazona, ao estilo de Xena.

Quase conheci uma égua que passou por uma traquiostomia, espero que ela esteja bem. Espero mais ainda que o sorriso do rapaz que cuidou daquela égua nunca se desfaça.

Hoje foi uma tortura, três horas seguidas de filmes trash. Sentia que os curtas-metragens nunca acabariam, enfim acabou...mas rimos muito. Zé do Caixão com certeza amará a onda de homicídios sobrenaturais na capital amarelada.

Eita vontade louca de ouvir Nara Leão, então me rendo, vou para a casa do Dóris e escuto pacientemente esta doce voz.

"Ah, se viver fosse chegar...por um mundo no tal de rodar"

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Novas Famílias?


Olha só o cara estranho que chegou, parece não achar lugar... Sem deleites literários não sei explicar o dia anterior. Começou de forma preguiçosa, com a chuva fina, suave, refrescante. Comi um pouco do quibe de soja do jantar, falei algumas coisas com minha mãe, tias, primos. Fui de 008/veiga jardim-centro. Um discreto contigente de lgbttt's deslocavam-se para a avenida araguaia. Fui para a casa do Dóris, dançamos, rimos, conversamos e fomos para a parada. Conversei com muitas pessoas, muitos abraços e sufocos. Senti saudades, nossa foi uma dor sufocante, parece que ele estava em qualquer esquina, me surpreenderia, apareceria e me daria um demorado beijo. Mas ele não estava, perdido na vastidão, em terras distantes. Sem ser dramático uma música me desconcertou, ela foi tocada ao vivo por umas 6 pessoas em um trio elétrico:

Ida Corr vs Fedde Le Grand Let Me Think About It (tive que procurar no youtube a música, não sabia quem cantava rs.) Esta era a música do despertador, lembrei do meu mal-humor ao acordar, das briguinhas, carinhos e abraços pela manhã.

Tive uma conversa com um amigo, conversa dura, sincera, olhos fixos, toques. Senti uma pessoa querida e especial. Te amo meu amigo.

domingo, 21 de setembro de 2008

Para Wong Foo


Filme que me custou algumas cochiladas pelas aulas de manhã.

Poucas referências tinha sobre outra forma de vivenciar experiências fora dos marcos da heterossexualidade.

Algumas lições bacanas, discussões sempre silenciadas pela estética hollywoodiana. Hierarquias, formas de lida com tensões étnico-raciais, de fronteiras e migrações. Um filme que vale a pena rever.

O Estevão disse que na adolescência o seu apelido era Chichi, qual o motivo?!Rs.

Estamos aqui na casa do Dóris, vendo o quanto éramos mais empolgados com multidão e criando táticas para írmos no mutirama.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

+ Batata


Um pouco depois de quase fragmentar meu crânio no ponto de ônibus, Osmar e eu fomos pelas melindrosas ruas nas adjacentes à vila lobó. Medo, medo, medo...terra vermelha na rua e sem calçada. Perguntamos a uma jovem rapariga qual o caminho do Shopping, nem escutamos tamanho foi o medo dos " amigos" que se aproximaram. Continuamos marchando...ao passar pelo parque flamboyant mais uma pérola para o nosso repertório coloquial: gente é ok! não é uhhhhh.. impagável ouvir aquilo. Chegamos ao não-lugar oopss shopping..fome fome fome..tô ficando impaciente, minha fome é persistente, como o que vê pela frente (quase tudo). Sanduíche vegetariano..isso! Nada disso: "Senhor, não estamos aceitando cartão temporariamente". Mudanças de planos, aliás preguiça mesmo de ir no caixa e tirar dinheiro. Vimos de longe aquela batata. Osmar relutou: parece uma bomba de gordura. Então vamos no caixa? Não, vamos de batata mesmo, disse Osmar. Depois de mais problemas técnicos, de uma atendente indisposta e umas pessoas efusivas...tantantantan: a batata recheada em nossas mãos! Admirei aquele tubérculo gigante, recheado de queijo, batata palha por cima..uma, duas, três garfadas..fitei osmar, voltei os olhos para o prato..enguli mais um pouco. Tick tac, tick tac...não aguento mais, gritou meu amigo! Só tem batata e queijo, nada mais, nenhuma perspectiva de mudança de paladar, algo mais temperado, que quebre essa hegemonia...Empurramos a bandeija, já sentíamos as consequências da nossa escolha alimentar. Foi traumático, depois insistimos na sobremesa "Uma casquinha de chocolate sem rato por favor" o olhar do mac escravo foi de ódio para meu amigo. O mac rapaz ainda me deu aulas de inglês: " é mec, não mac!! uiiii Por fim, osmar encontrou próximo ao cine severiano ribeiro um grande amigo, né? muito bom essa terça-feira!

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Teoria da Imagem


6:50 o despertador...hum, mais um pouco, alguns minutinhos. Havia dormido em cima do ato fotográfico e da mensagem fotográfica. Seminário no outro dia bem cedo. As 7:26 levantei correndo, nem banho tomei, se bem que havia tomado banho 4 horas antes. 5 minutos no ponto e tarããa: surgiu o 302 campus marista.

A apresentação foi bacana, tranquila. Falamos de ministros da corte de Luiz XV, silhuetas na sombra, apreensão da imagem, a busca por registrar o que se perde, o que se parte. Narciso foi pertinente na constatação do ato fotográfico. Ele, Narciso, é o próprio índice, o começo de uma aceitação ao real do sujeito como se alí fosse ele representado, afundando naquela obsessão imagética, quase não ha renúncia a essa condição.

Depois foram brincadeiras no campus, bandeiras, faixas e frases. Um ensaio para o domingo.
Confesso que não gostei, por motivos que cá não digo, mas sei que uns e outros atinam da mesma forma.

Vontade de cinema.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

*Confidencial

Vontades muitas tenho de escrever para algo/alguém que nestes dias mudou radicalmente minha rotina, sonhos, desejos e paixões.

Ando sorrindo atoa, tropeçando pelos pátios, deixando o café cair.
Um sentimento de completude, ao mesmo tempo de uma ausência. A própria fotografia coloca-se como deflagração da distância, insistindo: ele não está aqui.

O seminário do ser-tão se aproxima, estou com energia, desejo em construir/participar/contribuir.
Contei a alguém o que estava sentindo, essa confusão e até mesmo o desânimo, vontade de largar tudo, não olhar pra trás...mas um ano passa rápido, ela me dise. É verdade, passa mesmo

Vou tentando terminar de ler a "mensagem fotográfica" do Barthes, apreciando detidamente certas fotografias.


Saudades.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

De volta


A semana em São Paulo foi deveras interessante. Queridos amigos, conversas, risos e muitos momentos de reflexão.

Quero mesmo é contar certas coisas, mas por certo aqui não posso.
Escrever um pouco sobre os dias especiais no interior de São Paulo, no litoral.

Quase desci em Caldas Novas, deu vontade de ir pra perto da mãe, ver a tia Fátima e pensar que eu tinha 13 anos. É, mas não dá mais pra fazer isso, responsabilidades, compromissos e um monte de entraves dessa tal coisa de ser adulto.


Parafraseando alguém: o "x" é ver como serei liberado para ir a Belém!!

domingo, 7 de setembro de 2008

Tá Chegando II


HUM: olhem isso

"Qual Bíblia que você anda lendo? A do Luiz Mott? Aquela do GGB que diz que "Bem-aventurados os que dão o rabo"?
Hahahaha!!! Meu filho, se você gosta de dar a sua bunda, dê. Se acha isso normal e até chique, problema seu. Mas dizer que a Bíblia está do seu lado, já é forçar demais a barra. Continuem se fantasiando de bonecas-capetas na rua e xingando os religiosos, que vocês passam menos vexame."

Coitados, reduzem a diversidade sexual, identidade de gênero e orientação sexual ao ato de dar a bunda. A fé é um privilégio heterossexual? na parada de São Paulo havia um cartaz interessante: "Todo o amor nos aproxima de deus, todo ódio nos afasta dele" Se satanás existe, é melhor que reforce as estruturas do inferno, tenho certeza que muitos passarão calorosos dias em sua companhia. Talvez o inferno não seja tão agradável como os templos da fé, mas nada que um bom ar condicionado não dê conforto a esses "fiéis".

Tá chegando


Em duas semanas Goiânia celebrará a diversidade sexual. Será? É o dia de sapatear no leque central goianiense. Ver as travestis arrasando no parque mutirama, e esperar que desta vez as mesmas não sejam proibidas de utilizar o sanitário, colocadas como contagiosas.

Que ninguém caia da trio elétrico, menos carro de boate, menos bate cabelo e mais música brasileira.

Que a beleza reiterada seja das múltiplas expressões da sexualidade, e não o elencameno de uma corporalidade específica.


Beijos, beijos, beijos.
Beijem mais pessoas, dêem as mãos, sinta o vento bom que temos em setembro.

Parem na tocantins com a anhanguera, olhe o teatro goiânia e abrace quem estiver do seu lado.
Olhe o céu dessa linda cidade, grite. Puxe alguém que está acanhado na calçada. Ao passarmos pela aquela igrejinha bizarra( aquela mesma que conseguiu a concessão de tv em detrimento da UFG) mirem demoradamente o exercício de intolerência promovido por aqueles cristãos.

Percebam o ódio que destinam as pessoas que amam, comem, dormem, rezam.
Para eles e elas que estão orando mande um beijo, acene e grite: EU TE AMO! De malas nada pronta para a Abeh, com roupas na lavadora e a cabeça leve!

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Na 84


Ao entrar no 302, rumo a praça universitária comecei a ouvir coisas boas, sorrir na janela e sentir o pouco vento que resiste em goiânia. Nem o ácido sulfídrico despejado no meia-ponte pela unilever foi eficiente para desmanchar o contentamento que carregava.
Cruzamos o negrão de lima, vila nova, praça universitária: o que foi? Perdi a vontade de descer. Já havia experimentado essa extensão no transporte urbano goianiense por outras razões, nunca por uma comoção com a cidade, com as flores de ipês enfeitando calçadas, cabelos de moças. A grama do marista verde, ignorando o desértico setembro ( na madrugada homens e suas mangueiras dão esse aspecto vivo para o jardim urbano).
Senti arrepios ao ver um novo bar, remetendo a estação de metrô do bairro da Liberdade. Vi alunos da Universo, fiquei engarrafado na rua 87 e finalmente desci. Deliciosamente Mama Cass e sua
"make your own kind of music" embalava os caminhos da rua 84, então tropecei no vinicios de 2002. Alí, alheios a confusão da volta dos trabalhadores que se acotovelam na praça cívica e nos pontos de embarque, dois rapazes estavam na porta de um prédio, pouco mais de 16 anos tinham, uniforme de Educação Física e os dedos mínimos entrelaçados, explicitando aquele desejo/amor. Então sorri demoradamente. Como duas pessoas que nem conheço puderam desaluviar minha cabeça? Senti até mais úmidade no ar, leveza, beleza e poesia.


quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Tabu


Tabu de fácil pronúncia, um conjugado imponente de letras, transgride e comove ao ser revelada em 35 mm.
Frágil dama do século passado.
Em linhas e agulhas sufocava tecidos velhos, moribundos.
A noite servia-se ao prazer de homens casados, arriscava uns passos ao som de Ismael Silva, tomava seu drink no bar do Danúbio.
Em minha última ida à Lapa percebi muitas Tabu's Cosmopolitanas, o cigarro Derby, a itaipava e o conhaque.
Será que ainda possuem o mesmo sonho daquela Tabu de décadas atrás,
a máquina singer de pedal e tardes cozendo as roupas do anjo de bondade?


quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Alheios


Foram caminhar, sentir a brisa, sorrir um pouco para os passantes.

Cair na pista ao som do pop americano.

Quem são, não os conheço, e você?

Fico cá a matutar como é viver a homossexualidade em outras fronteiras? Aqui no sertão as coisas ora são boas, ora complicadas. É quase dialético.

A globalização atinge em cheio identidades, aceno para isso com o recorte tempo/espaço que tenho acesso. O cinema é uma janelinha que mostra um pouquinho desses mundos. Mas queria pular essa janela e vivenciar Tel Aviv. Não confio nesses diretores, principalmente nos Israelenses que narram palestinos.

Se são dúvidas, que então permaneçam. Melhor forma não há de alimentar o ensejo pelo novo.