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terça-feira, 28 de setembro de 2010

A chuva chegou


O dia nasceu um pouco cinza, um tanto belo. Ventos modestos... A tarde chegou com cara de manhã.

Expectativas.

O coração da goiana, do goiano clamam pelas águas dos céus.

Na tarde ainda sufocante acompanhei cada movimento externo. Defronte a janela ficava a imaginar que deliciosa sensação se caísse um pouco de chuva. Inesperadamente chove, entusiasticamente saio da sala, vou pro corredor contemplar o jejum, o fim da seca, a umidade.

E o dia não poderia ser mais apropriado para uma comemoração.

O cansaço não foi suficiente para impedir uma sessão no cultura. E que essas sessões se repitam... repitam.

sábado, 25 de setembro de 2010

A Crossdresser

Grande Hotel - Goiânia. Disponível em http://www.igr.com.br/index_inner.php?target=gyn.htm

Noite quente. Afirmação redundante tratando-se da princesinha do cerrado.

Noite intensa. Definição excelente para os três meninos imersos na rua do centro, ao som do coco, do chorinho, regados por latões de cerveja. Olhares, danças, suor. Risadas, entregas.

E naquele ponto do álcool fomos revisitar o passado de cada um. As armadilhas arranjos afetivos, do ego, das vontades mimadas que nutrimos. Antes de entrar em casa conto uma pequena narrativa que vi na noite anterior:
uma pessoa de peruca loura, em um carro, a perigo. E eles ficaram intrigado.

Eis que essa mesma figura nos aborda, partilha experiência, conta do "bofe" que a fez comprar fraldas descartáveis, linguiça e outras coisas no Bretas. Ganhamos um par de salto alto, dicas e conselhos. Mais ainda, ganhamos um tempo para nós mesmos. De reiteração dos carinhos, da importância de cada um (ao seu modo) no cotidiano.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Veja bem


Noite com um tributo de Los Hermanos. Tentação para ir. Beber um pouco, com menos receio, com mais certeza.

Revirar as letras, admirar os pós-adolescentes com seus metais e timbres.

Esperar os pêlos dos braços aproximarem-se naturalmente, com um impulso da multidão.

Agora é só o telefone tocar. 

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Abra seu coração e volte a pensar na possibilidade de amar

"Knuggle Dome for James Joyce", Rebecca Horn

Sim, eu leio horóscopo. As vezes com alguma freqüência, outras passo por uma longa ausência.

As vezes quando conheço alguém que desperta um interesse sou até capaz de arriscar uma combinação astral.  

Por falta de outras crenças, uma leitura astrológica cai bem. Ao menos desperta um sorriso sorrateiro, uma descontração.

E hoje, ao consultar o esotérico, eis que surge a sentença que nomeia o texto: "Abra seu coração e volte a pensar na possibilidade de amar."

Engraçado, não me lembro de ter fechado o coração, tampouco olvidado a idéia de amar. Contudo, as expectativas nutridas e as idéias de romance transformaram-se ao longo dos dias.

Não só as idéias, mas a gramática afetiva; as dinâmicas do amor, do querer bem. Tantas coisas em jogo. Tanta obsolescência. Uma busca pelo novo, ineditismo de corpos, tatos, toques. Pouco afeto? Não sei.

Todo mundo fala no tempo, ou melhor a falta dele. Essa corrida rápida, linear. Pelos caminhos ficam almas e amores. Amores embrutecidos, que não deram certo, desfeitos por uma sms, por um bloqueio no msn, pela inalcançavel voz, pela demasiada projeção. E o tempo tapeia-nos e oferece uma sensação de nos aprisionar nas narrativas de nosso egoísmo.

Por isso prefiro, hoje, sister winter de Sufjan Steven. (Mesmo que não haja inverno, especialmente em Goiânia)

terça-feira, 21 de setembro de 2010

coisas




Coisas que sabemos.

Acordar bem cedo. Ser ejetado da cama, só assim se torna possível enfrentar o dia e esquecer o jeitoso convite do travesseiro: fique, fique.

E uma colega de trabalho por esses dias disse que era muito difícil nosso cotidiano, as diversas pessoas que travamos algum tipo de relação. As dificuldades dessas tantas "interpessoalidades". E o quanto o descanso (isso foi após um feriado) era fundamental para darmos continuidade e trato do dia-a-dia.

E para renovar as seqüências de horas vi uma ótima exposição no Museu da imagem e do som, ritos e retratos.

Voltei bons anos, pra não dizer que me senti uma moça, junto com o dudu e o osmar, em frente um comércio na rua 8... ah, os anos 40.

Duas fotos que merecem aqui estar:

Uma instalação que relembra uma sala de estar, de onde vem um som delicioso. São músicas que compõem o acervo fonográfico do mis. A outra é de uma imagem plotada no início da exposição. Vale a pena uma tarde para apreciar.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Nas coisas mais simples que você tocou



Falava há pouco com o Vinicius. Precisava escrever, digitar, construir frases. E ele interpelou: escreva no blog. E eu prontamente respondi: preguiça!
Ele ainda sugeriu que o tema em questão fosse a tal preguiça.

Em verdade não sei bem se é preguiça. É, por certo, medo. Medo de quê? Que invadam a casa novamente? De deixar o calor dos dedos no teclado denunciar uma nova paixão? De não me reconhecer no que escrevi daqui um tempo?

Inevitavelmente coloco um som, sobre "você", lamúrias, amores despedaçados. E entorpece: Nara Leão. E é incrível essa sensação de desespero. Tanto pelo atribulado fim de semana quanto pela letra agonizante de "Por causa de você".

Um trecho específico diz: "Ah, você está vendo só
Do jeito que eu fiquei".

E um tanto é isso mesmo. A capacidade das outras relações que tecemos no cotidiano me deixar do jeito que "eu fiquei". E não é pra distribuir culpas, acho que mais para agradecer uma conversa tão intensa, verdadeira e confessional. Mesmo que o interlocutor necessitasse exprimir aquilo tudo, se possível em alto-falantes. 

O que dói é o desafio de si mesmo; a tão implacável fronteira desenhada por nós mesmos.

E eu francamente me perdi nas linhas. Mas acho que consegui... Escrever um pouco.

ps: não consegui ser mais sútil na referência visual. "Dançando no Escuro"