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sexta-feira, 21 de maio de 2010

Esconderijo


Mesmo com o cansaço circunscrito no corpo, o sono insistente e o alucinante dia dividido entre uma visita à cidade empresarial em Aparecida,  idas e vindas de médico, repartições públicas vintages, queria sair.

Não era qualquer saída, sem justificativa. Não ando caindo na "noite" nem nas convencionais sextas e sábados, quiçá uma quinta-feira. Mas o encanto e a vontade de ir no tributo aos Los Hermanos viam desde segunda, quando fitei no pátio da fav um cartaz preto e branco.

Companhias queridas, Lucas e Bruna. Entre as cervejas que eu não podia tomar e alguns versos que eu tentava lembrar senti-me deliciosamente vivo. Ando afetado (de afeto) pelo cotidiano, pela leveza, pelo que ando lendo. E com as frases que marcarão minha vida, como a inesquecível "há beleza em tudo" referida por uma elegante professora.

As poéticas do comum, do introspectivo, dos diálogos que travamos em nossa sala de estar mental. O trânsito de idéias, "os humores", as oscilações de expectativas... Mesmo no caos, na BR 153 que corremos, há a confortável calmaria que se acende ao contragosto do agora.

O melhor é conseguir acordar após dormir as 3 da manhã e estar aqui, no campus. Mesmo que me obriguei a entrar em casa e dormir, pois o personagem flaneur que encarnei, ao espiar a dona travesti debaixo do pé de árvore, gostaria profundamente de continuar exercitando o olhar. Mas a Márcia já disse: "há beleza em tudo", inclusive no fornicação alheia.

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