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segunda-feira, 15 de junho de 2009

Eram outros escritos



Comecei buscando no google algo para postar.
Talvez pela voz de uma escritora, alguma genialidade incontida, traduziria aqui este "sentir".

Percebi, então, que o melhor são as palavras que arranho.
Ouso, insisto, finjo.
O bom é caminhar ao lado de alguém, conversar de trivialidades, cotidiano e nos pegar em um adensamento da prosa.

Então a chama volta. Este mesmo calor, não o fogo roubado no mito grego, mas esse combustível que nos impulsiona a viver reacende.
Não que os motivos da vida se esgotem nas frustrações esperadas, previsíveis. Mas a contradição é na convivência em si, que nos escraviza e aborta qualquer projeto de solidão deliberada.


Dai, após tanto ruminar, caio na mesma pergunta.
Então é isso? É o consumo de um corpo, uma rapidinha? Este gozar compulsório, mecânico e coreografado é tão necessário? Inescapável.

O que somos aos outros? Entraves, obstáculos a serem derrubados?
Demonstrar o que não precisa. Nestas redes de poder, das verdades domesticadas, amparadas pelo desejo irreprimível, o que somos?
Não consigo evitar a alusão ao "Surplus", documentário francês já citado em uma postagem. Somos exatamente aquilo? Corpos em profusão, plásticos, descartáveis.

Não estou em uma "onda" cristã. Apenas não quero acreditar que 10 minutos de intercurso anal são mais valiosos que três anos de proximidades, carinhos, afetos e belezas cotidianas.


Olha, assumi minha cafonice.
Essa mania arcádica, mal do século, minha familiariedade com um certo momento da literatura brasileira, deveria ter ficado na oitava série, na mesma gaveta em que deixei "Lira dos vinte anos" de Alvares de Azevedo.

Não que eu reclame do declínio do amor romântico.
Só quero uma abstenção, uma pausa, o meu café roubado da Facomb.

Um comentário:

Raffs disse...

poxa amoure..
sei bem como é isso.. você se lembra, né?! pra saciar o prazer da carne ou talvez por uma embriaguez, pessoas conseguem arrancar nosso coração fora, nos sufocar sem ao menos apertar ou tocar..

enfim, vai passar. você é mais que isso. e não desista, isso não é cafonice, são apenas valores que ainda insitimos em preservar, mesmo que todos digam e ajam como se estivessemos errados..

amo você..