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terça-feira, 3 de janeiro de 2012

O final da transgressão

Fernanda Magalhães, A representação da mulher gorda nua na fotografia, 1995

Oh céus, encerrei a transgressão!

Em uma tarde ensolarada, meus amigos na praia e eu aqui: muito café, muita escrevinhação. Acredito ter feito um bom conceito de transgressão, vou publicá-lo aqui. Fiquei orgulhoso, rs!



A gordura é uma transgressão por ferir e afrontar de diversas maneiras a idealização do corpo saudável, livre do sobrepeso, da compulsoriedade pelo bem-estar, o corpo disciplinado e em movimento. Ao desnudar seu corpo gordo, redondo e volumoso, Fernanda Magalhães assume uma transgressão em sua criação artística que é além da divisão entre moral ética e moral não ética. Mais ainda, a artista trama, urdi e engendra linhas de fugas, dobras das forças de poder, investe em sua escrita de si e do mundo, constrói, destrói, fragmenta, sobrepõe imagens, discursos, medos. As obras da artista transgridem não com o intuito da exibição do corpo pelo “frenesi da exibição”, mas por alinhavar as poéticas do corpo com o fazer criativo que supera a dicotomia normal, anormal. Moral e não moral. Imagens transgressoras que violam, profanam e dançam sobre os frágeis terrenos da moralidade cristã. Imagens que devolvem o pecado aos olhos dos que condenam e julgam. Quem está nua, não são as mulheres gordas, não é Fernanda Magalhães. Mas todas e todos que combatem àquele corpo, que o repelem da sociedade.       

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