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O que aconteceu ontem ficaria muito bem preso em uma prosa, ou algo que o valha. Não sei se estou disposto a escrever tanto, procurar detalhes e enfeitar palavras. O fato é que na cabeça a primeira terça feira de novembro do ano corrente nunca mais será perdida.
Fugi do Campus Samambaia como fujo de mensagem cristã. A manhã foi mentirosa, estava quase fresca e um tanto úmida, mais uma dissimulação desta capital. O sol e a secura vieram abraçados para tornar mais um dia de trabalho difícil e enlouquecedor.
Entre os muitos prédios " legos" de Goiânia, e a predominância de carros nas ruas, em detrimento de pedestres, lembrei do aconchego do bosque dos buritis: Pronto, vou deitar preguiçosamente na grama, ler um livro e receber gotículas remanscentes do chafariz. Doce ilusão, o chafariz estava desligado.
Fiquei indignado, mas cedi, enguli a angústia com as partículas sólidas suspensas no ar. As coisas estavam bonitas, silenciosas.
Do meu lado, com uma denunciante indumentária de "europeu que veio admirar a pobreza", um senhor esbaçou em um português pré-fabricado: "pra---praça ciuvica", ahh, sim, é bem próximo daqui. Ele não entendeu muito bem, mas sorriu. Aquele senhor deixou-me incomodado, senti uma necessidade incomum de lhe falar. Perguntei de onde era: " não falo português", ué, claro que fala, isso é português!
Insistimos no diálogo, tentamos em espanhol, estabelecemos trocas de informações. Vincent veio do sul da França, está aqui há um mês, conhece Brasília, Abadiânia ( será que veio pelo Césio?!), e está em uma busca espiritual. Um dia relevante, sufocos, incertezas e o medo de ocupar um lugar que parece tão distante. Obrigado por este dia.
Um comentário:
Nada como um dia após o outro!
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