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quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Cyber Prisão


Apresentamos as peças de Direção de Arte, ficaram criativas, inusitadas e bem recebidas pela professora.


O dia parecia bom, mas na verdade foi. O problema foi a volta. Aline deixou-me na avenida tocantins, próximo ao Teatro Rio Vermelho. Enfrentei o turbilhão de vendas, ofertas e cheiros na avenida anhanguera.


Precisava passar por alí, ir no caixa eletrônico. Fiquei incrédulo quando vi a mensagem em todos: " sistema fora do ar por tempo indeterminado". O guarda da agência disse que a pane era geral em todas as agências da cidade.


Não tinha sequer dez centavos no bolso. Tinha que cruzar a cidade e ir ver vovó. Fiquei angustiado, com raiva, vontade de gritar e quebrar a máquina.


Não tinha muito o que fazer. Liguei pra Mônica, mas ela estava no trabalho. Decidi entrar no ônibus, era melhor que ficar alí.

Fui tantas vezes lesado pelo falho sistema de transportes da capital, que nem enrubreci a face.


Falei com o motorista, fui sincero, ele também foi. Abriu a porta da frente de forma solidária: "desce aí". E desci.


Dei um grande beijo na vó, conversamos, trocamos confidências. Falamos sobre nossos problemáticos olhos. E as tais cirurgias.


Não quero experimentar novamente essa prisão das máquinas, este condicionamento, esta escravidão.
As inúmeras catracas e máquinas que cruzamos é uma forma de biopoder, controle e domesticação dos corpos.
É o cerceamento, a forma mais direta e eficaz do Estado interferir em nossas vidas, respaldada por meios de comunicação ortodoxos e vorazes.
O monumento desta imagem é fruto de uma intervenção urbana na cidade de São Paulo de um grupo chamado contra-filé. Terreno fértil para reflexões e possibilidades de repensar nossas relações com seres de chumbo, aço, ferro e chips.
Gritemos:
viva a descatracalização da vida!

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