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Em posturas melancólicas vezes sim me percebo.
E nestes dias de intensas mobilizações pela diversidade sexual, por cidadania, por dignidade, me pego especialmente sóbrio. Foi-se a euforia paulistana, deixando cá neste corpo intensa ressaca. Foi necessária uma assepsia moral, lavagens intensas, e esconderijos na casa da mamãe, no interior frio e apertado.
Oras, folheando os periódicos pós parada xxxyyy, coisas pavorosas eram colocadas em foco.
" Parada está popular, sem glamour" Empobreceu.
E como incomoda, além de reduzir o potencial econômico, também escureceu, envelheceu, diversificou. Não é o que se propõe?
Não. A imprensa quer o espetáculo, quer o brilho, quer o nosso rosa, a nossa alegria compulsiva. Somos isso, mas somos mais. Temos mil vozes, infinitos formatos, sonhos, ambições, desejos. Não somos paralelos à heterossexualidade. Daí vislumbro coisas que em jornal nenhum seria manchete. Três travestis me comoveram (Não eram as transnaldinhas), reivindicavam mobilizações contra arbitrariedades da justiça carioca, pela desapropriação de famílias, pelo abuso de poder. Luxo, isso é o glamour.
"Idosos também são gostosos".
Lésbicas , trans, bi e gays contra o racismo, recordando os 120 anos de abolição da escravatura.
Músicia brasileira..."deixa eu cantar pro meu corpo ficar odara" e também bate estaca, confesso que fui ao lado do trio de brasilidades. Cotidiano, foi ótimo ouvir chico em pleno domingo na avenida paulista.
Foram intensas belezas, delícias inenarráveis. Amigos de goiás que encontrei na Vieira de Carvalho. Um saudoso amigo do Pará que tropecei na multidão. Um afeto gaúcho que há tempos não vi, alí no dia gay em um parque de diversões.
Agora a conferência se aproxima, são políticas públicas que devemos entregar em mãos que nos desconhecem. Não raro ouve-se de senadores e deputados frases absurdas. Um desconhecimento, uma distância das questões de gênero e orientações sexuais. Este é nosso papel, cimentar as lacunas do Estado. Garantir direitos básicos, nos retirar das vulnerabilidades.
Ontem, ao procurar uma lancheria com uma "amiga" fomos vítimas de homofobia. Temi por minha vida, meus sonhos. Não sei transmitir em palavras a sensação de correr de pessoas com pedras, tão pouco imagino o ódio que motivava jovens a bradarem: "joga pedra nas bichas". A alegria do dia escoou.
Para nós que amamos de diversas formas, a cidade é cerceada. Há lugares que andamos com ressalvas, onde não podemos nos expressar, beijar, tocar. Uma cordial voz nos convida a ir embora ou parar com "aquilo". E assim nossas mãos se soltam, os lábios sofrem a distância, nossas carícias sufocadas no escuro, nas sargetas, em indizíveis espaços.
Engraçado. Em uma festa alternativa, no cine ouro, estava em calorosas pegações com um oportuno companheiro. Do nosso lado uma moça voluptuosa esfregava nádegas e cochas nas zonas érogenas copuladoras do seu parceiro. Ouvi gemidos, sussurros. Mordiscadelas na orelha, unhas no cócix. Estava no mesmo nível de desejo que o casal vizinho. A moça cutucou-me _" Ei, vá ao banheiro, termine isso lá". Não quis acreditar, enfim, ignorei, ela continuou _" é serio, vai lá pra vocês gozarem logo.
E nestes dias de intensas mobilizações pela diversidade sexual, por cidadania, por dignidade, me pego especialmente sóbrio. Foi-se a euforia paulistana, deixando cá neste corpo intensa ressaca. Foi necessária uma assepsia moral, lavagens intensas, e esconderijos na casa da mamãe, no interior frio e apertado.
Oras, folheando os periódicos pós parada xxxyyy, coisas pavorosas eram colocadas em foco.
" Parada está popular, sem glamour" Empobreceu.
E como incomoda, além de reduzir o potencial econômico, também escureceu, envelheceu, diversificou. Não é o que se propõe?
Não. A imprensa quer o espetáculo, quer o brilho, quer o nosso rosa, a nossa alegria compulsiva. Somos isso, mas somos mais. Temos mil vozes, infinitos formatos, sonhos, ambições, desejos. Não somos paralelos à heterossexualidade. Daí vislumbro coisas que em jornal nenhum seria manchete. Três travestis me comoveram (Não eram as transnaldinhas), reivindicavam mobilizações contra arbitrariedades da justiça carioca, pela desapropriação de famílias, pelo abuso de poder. Luxo, isso é o glamour.
"Idosos também são gostosos".
Lésbicas , trans, bi e gays contra o racismo, recordando os 120 anos de abolição da escravatura.
Músicia brasileira..."deixa eu cantar pro meu corpo ficar odara" e também bate estaca, confesso que fui ao lado do trio de brasilidades. Cotidiano, foi ótimo ouvir chico em pleno domingo na avenida paulista.
Foram intensas belezas, delícias inenarráveis. Amigos de goiás que encontrei na Vieira de Carvalho. Um saudoso amigo do Pará que tropecei na multidão. Um afeto gaúcho que há tempos não vi, alí no dia gay em um parque de diversões.
Agora a conferência se aproxima, são políticas públicas que devemos entregar em mãos que nos desconhecem. Não raro ouve-se de senadores e deputados frases absurdas. Um desconhecimento, uma distância das questões de gênero e orientações sexuais. Este é nosso papel, cimentar as lacunas do Estado. Garantir direitos básicos, nos retirar das vulnerabilidades.
Ontem, ao procurar uma lancheria com uma "amiga" fomos vítimas de homofobia. Temi por minha vida, meus sonhos. Não sei transmitir em palavras a sensação de correr de pessoas com pedras, tão pouco imagino o ódio que motivava jovens a bradarem: "joga pedra nas bichas". A alegria do dia escoou.
Para nós que amamos de diversas formas, a cidade é cerceada. Há lugares que andamos com ressalvas, onde não podemos nos expressar, beijar, tocar. Uma cordial voz nos convida a ir embora ou parar com "aquilo". E assim nossas mãos se soltam, os lábios sofrem a distância, nossas carícias sufocadas no escuro, nas sargetas, em indizíveis espaços.
Engraçado. Em uma festa alternativa, no cine ouro, estava em calorosas pegações com um oportuno companheiro. Do nosso lado uma moça voluptuosa esfregava nádegas e cochas nas zonas érogenas copuladoras do seu parceiro. Ouvi gemidos, sussurros. Mordiscadelas na orelha, unhas no cócix. Estava no mesmo nível de desejo que o casal vizinho. A moça cutucou-me _" Ei, vá ao banheiro, termine isso lá". Não quis acreditar, enfim, ignorei, ela continuou _" é serio, vai lá pra vocês gozarem logo.
Respondi: vá você gozar logo. Estamos bem aqui.
Talvez ela se sentia libertária, aberta, então me indicava o banheiro. Ou por certo, em sua cabeça estava arraigada a imagem de sexo compulsório, sanitários de shoppings, aeroportos, cinemas. Não querida, ainda não queria gozar.
Precisamos amar nas ruas, em praças, em praias, em pátios universitários, nos terminais de ônibus.
Por isso mando um especial abraço à Elaine e Polyana, que sem medo traduzem na amarelidão dos dias suas paixões, a beleza de um amor, o brilho nos olhos.
Uma carícia em Lucas, amigo de detalhes, de poesias.
Gabriel, madrugadas, conversas, abraços.
Dorivan, sempre, intenso, sonhadores.
Estevão, energia, paixão, sede na vida.
Ana e Bruna, feminilidades marcantes.
Marco, em nossas biologias antropológicas.
Tuyná, no piauí, minha princesa.
Fábio em são paulo, conquistas dos encontros estudantis.
Allan, irmão, fomos separados na maternidade, nos reencontramos no fundamental, reencontramos no médio. E muitos encontros nos faltam, para a vontade de mais e mais que se reinventa.
Marcelo, companheiro de viagem, de conversas, de inquietações.
Camila e Fernando do Maranhão.
As Rainhas veterinárias de Santa Catarina.
A educadora Janaina de Campinas.
As nuanceiras de Porto Alegre.
Nanda, infâncias, adolescências, e muitas passagens que percebo.
Dan, onde nos vemos na virtualidade da vida, fomentando em espaços digitais uma amostra das potencialidades humanas.
Cléo, da amazônia, com sua vorça radiante, sua obstinação.
As meninas da minha vida, Samara e Daniela.
A minha versão mulher, Rafaela, intensa, sensata, capaz.
Mônica que amo, mas ela esquece, e me esquece também.
Não é uma listinha, são pessoas que inspiram vida, luta, sonhos.
Alguns próximos, outros nem tanto. Próximos nesse egendrado jogo, nestes asfaltos, terras e danações do mundo.
3 comentários:
Sensação de nó no estômago.
Esperanças e
desesperanças.
Um misto de: "vai melhorar"
com
"não vai mudar nunca!"
Decepções e alegrias.
Preto e branco.
Brasília não esteve nada cinza.
Honrado por ser nomeado!
Uma palavra: "abafa"
Uma frase: "Abafa o bafo"
Uma sensação: "bafônica"
Um repúdio: "bofes"
Uma alegria: "bifas"
Beijos
Amigo mais que de poesia, realmente de detalhes. Vinny de sutileza e carinho. De admiração e carinho. De amor e carinho. De saudade e carinho. De amizade e carinho. Só a amizade pode conduzir (verdadeiramente) o homem ao coração de outro.
Carinho, que vontade de estar a ti carinhando-te!
E sabe, confiar no ser humano não é uma questão de racionalidade. Se fosse de racionalidade talvez não confiaríamos. Confiar no ser humano é apenas uma questão de "fé". E quando eu convivo com pessoas de ternura imensurável (você), eu tenho fé no homem. Tenho fé na humanidade. Tenho fé em nós!
E tenho tb, repito, saudade. Saudade "ad eterno" de vc!
Um abraço de, claro!, carinho!!! bjos
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