Nesse ano tive algumas viagens. Algumas para mim e meus amigos. Mas a maioria com o intuito acadêmico. Comecei janeiro em Florianópolis, ao lado de dois amigos. Uma viagem onde sobretudo aprendemos a nos respeitar (ou nem tanto, mas isso depois que voltamos).
Treinamos a paciência, a percepção do outro, a dificuldade dos relacionamentos, os humores.
Logo depois, em um ímpeto de loucura, decidi ir para o carnaval do Rio de Janeiro. Fui sozinho, encontrei amigos, tomei chuva, reencontrei um moço argentino, me senti em uma música do Chico Buarque.
Em maio fui a Londrina, em um congresso de Ibagens, rs! Gostei muito, especialmente das conversas, aprendizados, a possibilidade de conhecer a artista que eu pesquiso as obras.
Em junho fui à cidade de São Paulo. Viagem amarga, fui levando rusgas e mágoas de um amigo, fiquei angustiado, vontade de voltar ou de sumir na multidão.
Um pouco antes, um grupo de garotos e garotas foram se deliciar na cidade de Goiás. Entre um show e outro, muitas conversas, intimidades, abraços, saudades.
Julho decidi ficar quieto, preso em minha qualificação de mestrado e atento à seleção de doutorado.
Setembro era uma viagem que eu não desejava fazer. O tempo no avião, a estadia na cidade, tudo me assustava. O Rio de Janeiro me devorava. Sai da prova quase desmaiando. Uma sensação de que tirei grande parte do havia dentro de mim e que despejei naquele papel. Perdi a noção do tempo, a primeira questão me consumiu 3 horas e a segunda tive menos de uma hora para elaborá-la. Não tive tempo de reler minha segunda resposta, tão pouco revisá-la. Sentimento de frustração, de não ter gerido o tempo a meu favor.
Até a divulgação do resultado senti-me tomado por uma angústia, uma ansiedade, envolto de cálculos mentais para ver se atingiria a nota mínima. Consegui um pouco mais que o mínimo e um pouco menos que o máximo. Agora a ansiedade se multiplicava, era o projeto, a entrevista, a aptidão em línguas. Mais duas viagens ao Rio em Novembro, depois Palmas, Pirenópolis. E eu aqui sentado, antes de mais uma viagem lembrando de tudo. Mentira, apenas fragmentos...
E tomando emprestado o título de um dos filmes que mais gosto. É assim: viajo porque preciso... volto porque te amo. Mas para onde volto, onde é o retorno. Amo alguém a ponto de viajar e desejar aos seus braços estar em um possível regresso. Viajo e conto os minutos, os segundos?
Não sei.
Viajo com meus amigos. E do que preciso? Beleza e leveza para terminar minha dissertação.
Não sei se foi a escolha mais acertada, ir para Florianópolis para concluir tamanho desafio. Mas acredito, preciso acreditar.