Pode parecer petulância quando respondo sobre cinema. "O que prefiro"? Um bom filme iraniano, as delicadezas do cotidiano, o pesado dilema da vida. Cores latinas, películas francesas. Um olhar menos domesticado. Onde não haja explosões, perseguições policiais e nem uma beleza tão previsível de corpos.
E sigo assistindo esses filmes. E a vida aos poucos torna-se um filme. Há tempos que tenho o blog como confissão. E sei que poucos o lêem, por isso ouso expor detalhes.
Um cara que mora no mesmo prédio, que há tempos deixei um bilhete em sua mesa. Aquele bonito rapaz de 1,90 de altura, em uma fila de restaurante. O outro de 7 ou 8 anos atrás, ali no posto da 84. Um dos primeiros namorados, que chega de repente, não anuncia, se sente no direito de entrar, sorrir, dormir.
E essas coisas me assustam. Dão medo. E causam algo muito maior... O desamparo.
Tantas conversas diferentes, tantos cheiros diferentes. O beijo, o toque, as expectativas. E no meio desses todos, um marcou. Meus amigos dizem que sou dado as paixões efêmeras, e sei que é verdade.
Mas ele foi tão titãs: "você apareceu do nada e você mexeu demais comigo, não quero ser só mais um amigo".
E ontem fiquei assim... Liguei, mandei mensagem. E nada. Hoje, em uma rede social qualquer, uma mensagem, na verdade uma pequena frase "atração recolhida". E só, coisa nossa, frase nossa.
E não quero acreditar que foi só uma vasão a essa "atração recolhida". Foi bom demais, ao menos para mim, para ter sido só uma noite. Só aquelas conversas, só aquela máxima intimidade permitida por algumas cervejas e pela fome dos corpos.
Ah, moço. Surpreenda-me, mande uma mensagem!